OLHAR DE POESIA

Olhar que vaza o firmamento

Numa tola ilusão

Não acompanha o pensamento

Por não ter tal vastidão

Olhar que mira ao longe

Que no vazio não lhe encontra

Traz a mansidão de um monge

Ou talvez a paz de um mantra

Olhar que acima da multidão espia

Que altivo segue triste

Sem mostrar que tanto expia

Com tua ausência que persiste

Segue embotado de poesia

Na quimera dos versos insanos

Para ocultar a melancolia

Que causa na alma tantos danos