Vênus adormecida
Oh, Deus - como é lindo, divino, perfeito,
Em cada um de seus detalhes, semi-encoberto,
O corpo da mulher amada, nu, adormecido,
Oculto sob o cetim dos lençóis, em meu leito,
Que em êxtase vislumbro, insone, desperto,
E por onde viajo, onde me lanço rumo ao infinito.
Seus cabelos, como franjas de onda marinha,
Espargidos por sobre alva e macia fronha
Refulgem reflexos dourados e emolduram
Seu rosto sereno, plácido, mas que a traem, rainha,
Por desconexas frases de nosso amor com que sonha,
E que seus lábios rubros, em um sorriso, murmuram.
E se vejo, por um movimento, assim de súbito,
Pequenas partes de seu corpo reveladas,
Dos tênues lençóis que a cobriam, sem pejo,
Seu quadril, suas nádegas em decúbito,
Seus pés, com as unhas de cerejas esmaltadas,
Envolto e inebriado por seu doce perfume,
Minhas mãos, tímidas, gentís, ávidas, suaves,
Em êxtase o percorrem; - eu a cubro de beijos,
A desperto e, silentes, unos no amor que nos une,
Voamos libertos pelo azul infinito, como aves.
Oh, Deus - como é lindo, divino, perfeito,
Em cada um de seus detalhes, semi-encoberto,
O corpo da mulher amada, nu, adormecido,
Oculto sob o cetim dos lençóis, em meu leito,
Que em êxtase vislumbro, insone, desperto,
E por onde viajo, onde me lanço rumo ao infinito.
Seus cabelos, como franjas de onda marinha,
Espargidos por sobre alva e macia fronha
Refulgem reflexos dourados e emolduram
Seu rosto sereno, plácido, mas que a traem, rainha,
Por desconexas frases de nosso amor com que sonha,
E que seus lábios rubros, em um sorriso, murmuram.
E se vejo, por um movimento, assim de súbito,
Pequenas partes de seu corpo reveladas,
Dos tênues lençóis que a cobriam, sem pejo,
Seu quadril, suas nádegas em decúbito,
Seus pés, com as unhas de cerejas esmaltadas,
Envolto e inebriado por seu doce perfume,
Minhas mãos, tímidas, gentís, ávidas, suaves,
Em êxtase o percorrem; - eu a cubro de beijos,
A desperto e, silentes, unos no amor que nos une,
Voamos libertos pelo azul infinito, como aves.