O amor
O amor pode nos magoar,
pode nos deixar sem chão,
pode nos tirar do ar,
pode nos fazer de tolos,
pode nos chamar de estúpidos,
pode nos quebrar por dentro,
pode nos fazer fugir,
pode nos impelir a gritar,
mas pode nos levar de volta ao começo,
nos fazer enxergar quem somos de verdade,
aceitar nossos erros e acertos ao longo da vida,
nos dar um norte para seguir em frente,
recolhendo nossos cacos pelo caminho,
colando nossos pedaços para um recomeço,
sem garantias, sem finais felizes programados,
é apenas amor, palavra de quatro letras,
simbolismo subjetivo do pensamento e da alma,
semântica de mal traçadas linhas...
O amor pode nos regenerar,
pode nos tirar da escuridão profunda,
pode nos recuperar a esperança perdida,
pode nos favorecer a paz interior,
pode nos salvar da maldição dos anos,
pode nos curar as feridas do passado-presente-futuro,
pode nos fazer mais humanos do que deveras fomos,
pode ser um close de nossas impressões mais profundas,
mas pode nos levar à beira do abismo sem fundo,
nos fazer dançar como loucos sem temer o desconhecido,
caindo em prantos e risos sem motivos aparentes,
encontrando a insanidade em cada esquina,
como arlequins de carnavais já não mais celebrados,
pintando máscaras de verdades em mentiras visíveis,
quando tudo o que desejamos é apenas voltar para casa,
ser quem poderíamos ter sido se as escolhas fossem outras,
reviver os sonhos que foram deixados para trás na imensidão do tempo,
manter o passo em direção de algo que acalente nossos dias...