Na toca da Loba
Adentro teu universo, convidado,
E descubro em tuas crônicas, prosas,
Odes, frases, rimas e versos,
Todos teus segredos que, maravilhado,
Tímido, curioso, vasculho, devasso.
Em pinceladas claras e fortes,
Ora tênues, ora suaves,
Em matizes negros, ora cinzas,
Rimas rubras, ora rosas
Onde expões teus sonhos de púbere prenda,
Devaneios adolescentes, juvenis,
Sonhos de mulher tocada, no cio,
Prazeres de mulher amada, amante,
Lágrimas de fêmea desprezada,
Vertidas no leito frio, vazio.
Sabor de mulher pura, lasciva, sensual,
Gozo de mulher madura, loba, virtual.
Adentro teu quarto, instigado
Abres-me os braços e em um abraço
Acolhes-me ao peito, levas-me ao leito,
Cobrimo-nos de beijos, carinhos amigos,
Sussurramos juras, talvez jamais cumpridas
Confidenciamos indecências, devassos
Descompomo-nos em intimidades, taras,
Fantasias ocultas, intimidades puras,
Antes, nem mesmo em verso reveladas.
Sorrimos, choramos, juntos, pensamentos,
Compomo-nos em rimas, em versos, em prosas,
Sou tua inspiração; és minha musa!
Por eles, menino, jovem, adulto, divago,
Sou teu Deus, sou teu diabo,
Sou teu senhor, sou teu escravo,
És minha dádiva, és meu castigo.
Tens nome de anjo e és demônio
Como o da mulher para sempre amada, distante,
Nome de musa – és a própria música,
Lara - Oh! – como queria ser teu Jivago.
Adentro teu corpo, por ele passeio,
Percorro-o em detalhes,
Deslumbro-me com tuas curvas, esteta.
Com teus vales, cumes, cimos, istmos,
Florestas virgens, planícies devastadas, estepes,
Reviro-te ao reverso, delírio de poeta,
Beijo teus lábios, teus olhos, teus cabelos,
Sugo teu seio maternal, amigo,
Detenho-me náufrago no buraco de teu umbigo...
Brinco com teus pelos, perdido, sem nexo,
Dedilho teu sexo, aspiro o perfume
Que emana de entreaberta rosa
Sorvo teu néctar, beijo tua essência.
Penetro-me em ti, que me acolhes,
Suave, profundo, terno,
Elevo-me aos céus, desço ao inferno,
Conduzidos por música, por ritmo,
Enlevados, lúdicos, bobos,
fundimo-nos em único corpo,
alma una que vaga pelo infinito,
que se esvai , afinal, em uivo uníssono de lobos,
antes famintos, sedentos, ora saciados,
e que voa agora, sereno, como teu anjo
Presente, ausente, virtual, eterno.
Adentro teu universo, convidado,
E descubro em tuas crônicas, prosas,
Odes, frases, rimas e versos,
Todos teus segredos que, maravilhado,
Tímido, curioso, vasculho, devasso.
Em pinceladas claras e fortes,
Ora tênues, ora suaves,
Em matizes negros, ora cinzas,
Rimas rubras, ora rosas
Onde expões teus sonhos de púbere prenda,
Devaneios adolescentes, juvenis,
Sonhos de mulher tocada, no cio,
Prazeres de mulher amada, amante,
Lágrimas de fêmea desprezada,
Vertidas no leito frio, vazio.
Sabor de mulher pura, lasciva, sensual,
Gozo de mulher madura, loba, virtual.
Adentro teu quarto, instigado
Abres-me os braços e em um abraço
Acolhes-me ao peito, levas-me ao leito,
Cobrimo-nos de beijos, carinhos amigos,
Sussurramos juras, talvez jamais cumpridas
Confidenciamos indecências, devassos
Descompomo-nos em intimidades, taras,
Fantasias ocultas, intimidades puras,
Antes, nem mesmo em verso reveladas.
Sorrimos, choramos, juntos, pensamentos,
Compomo-nos em rimas, em versos, em prosas,
Sou tua inspiração; és minha musa!
Por eles, menino, jovem, adulto, divago,
Sou teu Deus, sou teu diabo,
Sou teu senhor, sou teu escravo,
És minha dádiva, és meu castigo.
Tens nome de anjo e és demônio
Como o da mulher para sempre amada, distante,
Nome de musa – és a própria música,
Lara - Oh! – como queria ser teu Jivago.
Adentro teu corpo, por ele passeio,
Percorro-o em detalhes,
Deslumbro-me com tuas curvas, esteta.
Com teus vales, cumes, cimos, istmos,
Florestas virgens, planícies devastadas, estepes,
Reviro-te ao reverso, delírio de poeta,
Beijo teus lábios, teus olhos, teus cabelos,
Sugo teu seio maternal, amigo,
Detenho-me náufrago no buraco de teu umbigo...
Brinco com teus pelos, perdido, sem nexo,
Dedilho teu sexo, aspiro o perfume
Que emana de entreaberta rosa
Sorvo teu néctar, beijo tua essência.
Penetro-me em ti, que me acolhes,
Suave, profundo, terno,
Elevo-me aos céus, desço ao inferno,
Conduzidos por música, por ritmo,
Enlevados, lúdicos, bobos,
fundimo-nos em único corpo,
alma una que vaga pelo infinito,
que se esvai , afinal, em uivo uníssono de lobos,
antes famintos, sedentos, ora saciados,
e que voa agora, sereno, como teu anjo
Presente, ausente, virtual, eterno.