Quando chega de manhã
Quando chega de manhã
sinto o estrago feito na cabeça
do amor acampado dentro de mim...
A lucidez completamente consumida
sem um pingo de bom senso desaparece.
O humor e a gentileza
atrofiam as idéias
afastam os sonhos
aniquilam os pensamentos
desencantam, assombram
faz do medo um sabor exclusivo...
Desconheço o esquentado corpo
fervido, quase queimado
perdido no tempo, abafado
entregue à maciça carnuda dor.
Não sente nada se arrastando
nem como novo ou passado chegando
a não ser a falência desse gastado amor.
Buliçoso, afoito, sem rumo, o amor
de forma desalinhada me convidara
a não mais se atrever nem confundir
a divagar numa fé sem esperança.
Quando chega de manhã
sinto o estrago feito na cabeça
do amor reinado dentro de mim...