Sertão

No verde vale da infância
Entre as flores da floresta
Lembrança ainda restam
Do meu tempo de criança
Que não volta nunca mais.

A boiada no curral, os viçosos
Laranjais, Dona Maria a parteira
Receitando chá de erva cidreira
Nos partos ainda normais.

As novenas nas choupanas
Entre os cafezais, o pé de amoras
Maduras, os frutos dos ingás
Nas alturas difíceis de apanhar.

Meu pai o tropeiro gritava,
Oferecia pousada
No silêncio da fazenda,
Surgiam contos de fadas
Eu
nada ntendia,
Mas na contenda entrava 

O amor era pra mim
Naquele casarão sem fim
A grande paixão,
Que entre flores da floresta
Cortando o chapadão
Trago até hoje dentro de mim.
R J Cardoso
Enviado por R J Cardoso em 20/05/2015
Reeditado em 05/06/2015
Código do texto: T5248045
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