NAVIOS ABSTRATOS

Poema escrito em 1987 foi agraciado no ano de 2015 como Primeiro Colocado no XIII Concurso "Fritz Teixeira de Salles" de Poesia, da Fundação Cultural “Pascoal Andreta”, na cidade de Monte Sião - MG

NAVIOS ABSTRATOS

“O meu amar-te é uma catedral de silêncios eleitos” – Fernando Pessoa

Anda equidistante meu pensamento

D’álgum lugar , longe das coisas, no último silêncio

De alguém que não sei onde está

Que nem me lembro

E a hora surda e opaca pousa em mim duma vez

Mas estou longe daqui e semi-morto

Vejo navios abstratos

Pontos indefesos no porto

E a hora surda e opaca pousa em mim outra vez

Ondula n’alma uma saudade absurda

E aqui distante relembro só e absorto

Vejo navios abstratos

Monumentos inacabados no porto.