Contando estrelas


Das tantas estrelas que um dia juntos contamos,
Enquanto caminhamos, mãos dados, como crianças,
Enlevados e levados em nossas próprias direções,
Miríades feneceram, tragadas pelo tempo insano,
Que tudo destrói e transforma em suaves lembranças.

A nosso tempo, por amarmos, falávamos com elas,
E quando voávamos em nossos sonhos livremente,
Escondidos entre plêiades, cometas e constelações,
Brincantes no êxtase infinito de nos acharmos, aquelas,
Refulgiam os detalhes de teu corpo virgem fremente.

E se hoje, em minhas noites vazias, não mais posso vê-las,
Toldadas pelas nuvens do tempo, as que restaram, poucas,
Nem mesmo falam comigo, como antes, mantêm-se silentes,
Nem mais refletem o brilho de teu olhar, são outras estrelas,
Que não sorriem teu sorriso e não brincam no céu, loucas.

Estas, nem mesmo mais me ouvem, só, em meus devaneios,
Não mais nos refugiam em seus recônditos, como antes,
Brilham opacas e sem vida no turbilhão de minha mente,
Não brincam em tua pele, em teus pelos, umbigo, seios
Que como um louco tento tocar, mesmo que por instantes,
Miragens de tua presença distante ...constante... eternamente!
LHMignone
Enviado por LHMignone em 21/09/2005
Reeditado em 30/09/2013
Código do texto: T52449
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