Carta da Dama para o Jardineiro (com direito de resposta!)

A Dama:

Senhor, a minha flor precisa ser regada todos os dias

Todo o dia ela padece sem o frescor do líquido tão precioso para ela

Ela se abre, se entreabre, tão bonita, tão singela

E é à tarde quando o sol está se pondo

Que ela se agita, se entristece e quase fenece

Porque é perto da noite que o pequeno pecíolo se aquece

E quando aquece, senhor, ela quer ser mimada, beijada, molhada

Para que no outro dia cante feliz para que todos a vejam linda

E ao aproximar-se o amor, então, ela aberta, possa dar as boas vindas

Ela fica linda e viçosa quando por ti podada e perfumada

Vejo o trabalho que fazes no meu jardim com tanto amor

Mas quando te ausentas por uns dias, ela fica só no desamor

O Jardineiro:

Minha senhora, dona de uma flor tão linda e delicada

Não é totalmente verdade a angustia que dizes deveras sente

Porque ao nascer do sol, no calor do dia, a molho novamente

O farei com certeza quantas vezes ela me pedir

Porque ela é linda, rósea e perfumada

Jamais, nem na minha insensatez, a deixaria desamparada

Ah Senhora, cada vez que dela me aproximo

Chegando devagar, antevendo o amor com que a rego

Todo feliz, então, o seu jardineiro, a ela me entrego

E eu, teu humilde servo, quero então mais uma vez, minha dama

Em êxtase deixar o teu pecíolo e flor e a eles sempre dar

Todo o amor e a água que a tua flor necessitar

Assinado: Sempre teu, Jardineiro!

Paulo Eduardo Cardoso Pereira
Enviado por Paulo Eduardo Cardoso Pereira em 06/05/2015
Reeditado em 24/09/2015
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