Cadê o meu namorado?
No tempo que namorávamos,
mão na mão,
coração no coração,
que doce tempo esse então!...
A minha boca na tua,
nossas línguas a se tocar
em uma dança muito louca,
e o desejo a transbordar!...
E nossos corpos roçavam,
em tamanha vontade incontida.
E tanta era a paixão,
que ali na sala de estar,
da tua casa vazia,
eu me entregava aos delírios,
brincava e mais brincava!...
Eu era tua menina,
e tu juravas então,
levar-me na tua estrada,
sermos eterna paixão!...
O tempo então foi passando...
E numa noite de lua,
tu pediste a minha mão.
E eu que já era tua,
construí ao lado teu
uma vida de futuro.
Casa, filhos, compromissos!...
E o tempo foi passando...
O beijinho de bom dia,
deu lugar ao eu estou indo.
O abraço de chegada,
deu lugar ao estou preocupado.
Ao namoro tão gostoso,
deu lugar ao estou exausto!
E as nossas brincadeiras,
os nossos corpos ardentes,
aquele fogo de outrora,
que nos deixavam em brasa,
foi esquecido no tempo...
E agora vejo em nós,
dois seres frios e ausentes.
E se tenho sonhos loucos,
não é com você que tenho.
E se tu chegas mais tarde,
diz que teve um compromisso,
eu finjo que acredito.
E nos nossos devaneios,
tanto eu quanto você,
nos entregamos a delírios!...
E, é nesse mundo oculto,
que sacio os meus desejos,
que volto a ter fantasias,
entregar-me e delirar!...
Então, lembro de nós dois!...
Daquele tempo bonito,
dos nossos gozos e alvoroços,
de tão doces brincadeiras.
E vejo que não cumprimos
a promessa que fizemos.
Porque nosso compromisso
não tem que ser com o fato
de vivermos lado a lado,
cumprindo nosso legado.
Os nossos laços de fato,
quando juramos cumpri-los,
foi de sermos nessa vida
eternamente paixão!...
Corpo, alma, coração!
Namorados!
Eternos apaixonados!...