Bons Ventos
Ventos que sopraram e me trouxeram um grande amor,
Voltem e levem-no agora, me deixando o que restou.
Restou um pouco de lembrança de quando era bom,
Restou o gosto de um beijo, restou a voz em um bom tom.
Levem embora o grito e a falta de respeito,
O abraço e o carinho eu guardo dentro do meu peito.
Levem todas as brigas dentro de um furacão,
Destruam-nas em partes com o estouro de um trovão.
Se sobrar alguma coisa que me sirva de lição,
Regue com uma garoa onde ainda me resta chão,
Pois quero absorver aos pouquinhos, devagar,
Quero aprender, mas sem risco de machucar.
Vento, demore um pouco, mas me traga um dia outro.
Traga em grande medida, pois já não gosto de pouco.
Traga, me entregue e vá sem se preocupar.
Traga e se for verdadeiro, nunca ais precisará voltar.
Walter Vieira da Rocha
02 de maio de 2015 às 17h.