PRONOME
Eu queria um amor
Daquele jeito, assim
Igualzinho a tantos
Diferente de todos
De nenhum que já existiu.
Sem forma definida
Sem tempo ou lugar
Sem hora, sem norma
Sem regra, sem exceção
Nem um pouco aquém, mas muito além...
Do que leva a solidão
Mesmo incerto, circunspecto
Mas que não fosse pouco
E sim muito, bastante a todo instante
Sem ser nada, apenas o tudo...
O todo sem ser demagogo
Que fosse certo, jamais incerto
Sem ser um qualquer, que soubesse quem é
Que não mentisse, que não sumisse, que existisse
Que não olhasse pra outro alguém, pra ninguém
Que estivesse comigo onde e aonde eu fosse
Nos vários, nos cadas, nos quantos, nos quais
Enfim queria esse algo em que divago e naufrago
Não queria mais usar pronome, queria de fato saber o seu nome...
Vem, mata essa fome que consome esse que é o “teu homem”.