DE MIM, POR SER ASSIM
Já que visitaste minha vida
Leva notícias de mim
Diz que me conheceu, enfim
E conta de toda a minha ferida
Avisa que a metrópole não me cabe
Antes que toda a esperança acabe
Diz a quem amo que estes são meu céu
Ainda que eu não seja estrela, cai-me o véu
Caiu o muro , caiu na prova, caiu em desgraça
Aquela atitude bela que uma atitude errada rechaça
Eu que tenho tudo tão perto, tão certo, tão presente
Muitas vezes digo-lhe que , de esperanças , estou ausente
Conta aos demais que quero paz
Além da paz , quero algo a mais
Para escrever nos alfarrábios, nos anais
Que, nesta vida, aquela pessoa me satisfaz.
Mas não vá embora sem antes me abraçar
Aquele abraço que toda a tristeza consegue abarcar
Alô, alô, felicidade, aquele abraço!
Pare o apressado passo, pari passu.
Volta aqui, ainda terei notícias a ditar
Mais do que tuas linhas de pensamento
Possam um dia vir a acreditar
Sou poesia, crença, desavença e alento!
RAPHAEL BARBOSA