Flora Amora
Meu tempo,
Congela por um momento,
Ponteiro que retarda ainda em movimento,
Quando a vejo passar lá fora,
Voando pelo ar, flora amora,
À beira mar para ilha distante olha,
Vez por outra quando se molha,
Do pouco tempo que sobra ao sair da escola.
Pelas esquinas ela desliza,
Pisando impunemente nas pétalas já caídas,
Brandas ondas que mergulhava,
Nos seus pés colavam as areias da praia.
O mar dos seus cabelos tão molhados,
Que me banho e de certa forma me sinto afogado,
Tudo sinto nada falo.
As palavras se escondem na minha cabeça,
Fazem flashes no meu cérebro antes mesmo que eu leia.
Outras teimosas saem da ponta da minha língua,
Meus lábios não tão ágeis, escapam antes de serem ditas.
Feito pétalas caídas,
Ressecadas no chão ela pisa,
Caem assim pela estação desperdiçadas,
Coitadas, jamais serão a ela presenteadas.