Fim de tarde

Na ânsia a fera a presa espera
Na trincheira do grotão.
O veado passou vazado
Já era a fera ficou a ver novilho.

O leão a fera enfrenta
Com os dentes afiados
Vociferando a salvação,
Tem jeito não, anuncia a arara.

A cotia desconfiada se entoca
A paca dá risada; pia o gavião,
A juriti com seu canto triste
A algazarra não resiste
Olha para o céu e revoa a imensidão.

A fera lá continua e ainda na espera
Adormece; agora tudo é passado.
Sento no meu telhado e meio desconfiado
Olho para o céu e digo: nada a reclamar
Porque meu dia, apesar de tudo, foi bom.
R J Cardoso
Enviado por R J Cardoso em 28/04/2015
Reeditado em 28/04/2015
Código do texto: T5223572
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