REENCONTRO AO LUAR

REENCONTRO AO LUAR

Foi a Lua quem me disse:

“Ela te espera, deixa de tolice rapaz!

Eu mesma desenhei a sua sombra

que se alonga tal que sua esperança.

Também fui eu quem fez brilhar

uma lágrima solitária,

carregada de amor e ternura,

que rolou preguiçosa e sofrida,

riscou silenciosa o seu rosto

e se escondeu entre os seios,

cheios da sua ausência,

que esperam, generosos, o seu amor.”

Então eu senti, como uma lufada de vento,

a minha chama se avivar,

pela sensação gostosa de ser amado,

de ouvir o amor sussurrado,

cantado pelo vento no meu ouvido,

da menina ávida de mim.

E do tamanho do seu fascínio

eu me dei conta, enfim.

E o meu barco rumou sereno,

apressando a lentidão do tempo,

trazendo seu homem de volta ao cais.

E, sob o olhar prateado da lua alcoviteira,

estreitei o seu corpo ao meu

e me fundi, feliz, com meu amor.