Minha cara amiga!
(lendo A TECELÃ de Mauro Mota)
Ai! Minha cara amiga sem memória
Esse beijo quem te deu?
Muito embora nada lembres
Esse beijo não é seu...
Nem sei como te explicar
Só sei que por te idealizar
Meus anseios aclamei
E um beijo lhe doei...
Minha cara amiga sem memória
Esse beijo pertence a qual história?
Procurei por esse beijo
Por todos os cantos da cidade
Mas os becos tão profanos
Me mostraram a promiscuidade.
Minha cara amiga sem memória
Esse beijo teve uma trajetória...
Procurei por esse beijo
Pelos caminhos da devassidão
Mas perdido me restava o âmago na solidão
Que regressou a dor da saudade.
Ai! Minha cara amiga sem memória
Esse beijo quem te deu?
Muito embora nada lembres
Esse beijo é o meu...
Devolva-me ele agora!