MARÍLIA
Amada minha, este pássaro
De asas podadas jaz
Enclausurado.
Um martírio de paredes
Frias,
Em exéquias vão-se
Os dias.
Meu idílio,
Tua imagem reflete
E ilumina minha alma
Solitária.
Um acalento.
Plebeu que da princesa
Não esquece,
Mas padece.
Sofro por não poder
Sequer segurar tua
Mão.
Hei de conformar-me
Com a alucinação.
O imaginar de tua
Imagem.
Posto que assim possuído
Por tal miragem,
Tenho coragem.
Marília meu anjo
Protetor,
Por ti olvido-me
Da dor.
Peço não esqueças
És venerada.
Esvai-se aos poucos
Minha mocidade,
Mas te amarei por
Toda eternidade.
Dirceu