Botãozinho de Mim

Flor miudinha

Botãozinho de mim

Quisera eu poder

E eu nunca iria permitir

Que a ventania do outono:

Vida nublada, incerta

Arrancaste esta condição tua

De botãozinho róseo, pleno

De caule verdinho, alma pura

De sonhos orvalhados

Hoje sonhados por ti.

Flor miudinha

Botãozinho de mim

Quisera eu poder

E eu nunca iria permitir

Que o sol de verão de toda a vida,

Incerta

Secaste esta condição tua

De botãozinho róseo erguido

Que cumprimenta com sorrisos

Toda a luz... Tu és a minha luz!

Furtacor no teu olhar

Sorrisos teus e tantos sonhos

Hoje plantados por ti.

Flor miudinha

Botãozinho de mim

Quisera eu poder

E eu nunca iria permitir

Que a chuva te batesse forte

A ponto de despetalar-te

E te deixar com o frio que vem.

Nesta condição tua

De botãozinho róseo frágil

Mas que respiras e apenas pareces

Tão forte quanto o tempo

Tão forte quanto a chuva impiedosa:

Gotinha dos olhos meus.

Flor miudinha

Botãozinho de mim

Quisera eu poder

E eu nunca iria permitir

Que deixaste tu a primavera.

E sobre a cabeça tua, uma tiara

De arco-íris e borboletas

Apenas a brisa que acaricia

E a chuva que te faz germinar

Crescer... Sempre crescer!

Nesta tua condição

De botãozinho róseo meu

Mas nunca crescer demasiado assim...

Para que caibas sempre no colo meu.

Para que caibas sempre no terno beijo meu.

Meu botãozinho amado de mim.

Perdoa-me se amo-te tanto:

O teu olhar para mim...

Ensinou-me a amar-te assim.

E quanto aos espinhos teus,

O "Jardineiro" segue-te guiando-os,

Meu botãozinho de mim.

E me acredites tu:

Não haverá mais rica flor

Em meu pequeno jardim.

Karla Mello

22 de Abril de 2015

Karla Mello
Enviado por Karla Mello em 23/04/2015
Reeditado em 23/04/2015
Código do texto: T5216983
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