Devorar-te
Lança o perfume no ar
Causador do mais insano devaneio
Gestos cruzados entre olhares
Desvendando a imensidão que há no outro.
Minha fome lhe devora
Minha sede lhe saúda
Em toques quentes e profanos
Sussurros prazerosos são atirados.
Tudo o que há de mais puro
Se mistura ao sangue de nossa carne
O corpo queima, o desejo arde
Somos amantes em combustão.
Minha fome lhe devora
Em pedaços inteiriços minha língua degusta teu ventre
Eu não sinto da mesma forma que você sente,
Mas nosso desequilíbrio se equilibra por igual.
Eu em teu mundo feito de gestos
Você me conduz no tempo da sua imaginação,
Porque minha fome lhe devora
E sua sede me sacia.