MAKTUB
Nunca acreditei muito em destino,
Sempre acreditei no livre arbítrio.
Não conhecemos nosso caminho,
E nada está previamente escolhido.
Ainda mais nos assuntos do coração,
Duvidava de uma calorosa paixão.
Que arrebatasse nossa razão,
Condenando-nos à perdição.
Tive a plena e triste certeza,
Que morreria sem conhecer,
A feminina delicadeza,
De um amor com prazer.
Alguém para compartilhar,
Alegrias, tristezas e esperanças.
Um coração gêmeo para amar,
Usufruindo doces semelhanças.
É verdade que cheguei a sonhar,
Com um sincero e carinhoso olhar,
Que fizesse por ela me apaixonar,
E a proximidade dela saborear.
Imaginei momentos exitosos,
Repletos de carícia e sofreguidão.
E milhares de beijos fogosos,
Apaixonados em plena profusão.
Mas a triste e dura realidade,
Não me concedeu essa oportunidade.
Preferiu meu coração abandonar,
E minha alma angustiar.
Todavia, como tudo é incerto,
Alguém veio para me convencer,
Que a vida de amor não é deserto,
E que ele precisa a alguém pertencer.
Assim é que, surpreendentemente,
O amor por alguém experimentei,
Algo de doçura permanente,
Que me fez crer na possibilidade,
De que o destino pode realmente,
Existir tornar a vida resplandecente.
Todavia, não existe alegria,
Na distância e na ausência.
O amor torna-se tirania,
E o desejo chama carência.
Sem a presença do amor,
A vida não tem cor,
Sem o ardor da paixão,
Vive-se eterna prisão.