Maldita saudade
Acordei e nem te vi saindo...
Você se foi
Pelos canos...Esgotos...
Jardins...
Pelo ralo do banheiro...Do chuveiro...
Nem se despediu de mim.
Te senti...Apenas isso...
Pelas revistas deixadas no chão...
Pelo café começado no fogão.
Você se foi...Sem se despedir de mim
Isso me bastou para sofrer assim...
Apenas pude te sentir aqui...
Saborosa...
Com gosto de quentinha
Nas torradas com manteiga
Deixadas sobre a mesa!
Molhadinha...
Na toalha que secou seu corpo
Deixada no banheiro!
Nua...
Pelas roupas jogadas e esquecidas
Sobre a cama desarrumada
Pela noite de amor do dia anterior.
Ah...Te procurei
Seus restos...Segredos...Nos torpedos
Dos meus olhos, lágrimas de rímel a escorrer
Cravando o travesseiro
Lembrando das noites ruidosas
Do nosso amor entre quatro paredes
Nesses lençóis macios que beijaram nossos corpos nus...
Mas ela ficou...
Ela...A guardiã das juras secretas do nosso amor...
Do eco de nossas vozes aladas pelos cômodos da casa
Ela...Sobrevivente do marasmo...
A me lembrar do nosso caso de amor...Enquanto esteve aqui
Ela...A maldita saudade!
Vanda Costa