Folha

Podia o céu dar contas
De nossa vida transtornada
Em cacos postos em sacos pretos
 
O negrume do acaso
O mal que traz o ocaso
Às pupilas dilatadas
 
Inerte, não tem mais o som
Melódico da harpa eólica
Sozinha tocada pelos ventos
 
E da falta dela quem se lembra
A fria taça com restos e marcas
Das idas da vida, sem lembranças
 
Folha solta do galho
Despede-se da arvore
E voa sem esperanças.


Fiz este poema para minha amiga Rute, que perdeu o amor da vida dela, nenhuma dor é semelhante ele estava trabalnhando, um moto-taxista, um tiro no peito por engano.
arma nas mãos de um "adolescente" de 16 anos.