POESIA : CÁLICE
Poesia
Cálice
Entreguei-me às carícias na minha pele
Dos últimos pálidos raios de sol
Raios que tonalizavam o horizonte de um rosa aconchegante
Relaxei-me na areia , deixei meus olhos cerrados
Pude sentir o eco de seus passos
Lentamente vindo a mim
Ainda ouvia o burburinho das ondas na muralha
Onde o farol do cais recebia a transição do dia
As pedras em torno decoravam a paisagem
Tudo dependia agora de você
Que achegou perto , bem pertinho
Abraçou-me enroscando o seu corpo no meu
Logo sentia o seu fogo
Que ardia as minhas veias em chamas
Sôfregos, nos despimos um ao outro
Entre beijos longos, carícias ardentes
Fomos -nos buscando, achando-nos
Quase sem fôlego o côncavo e o convexo
Encaixaram-se plenamente
Gemidos sonoros , beijos lascivos
Eram arrancados de nós dois
Você se entregou à minha paixão
Eu me entreguei em sua explosão
Senti lavas quentes me borbulhando
Aqueci ainda mais a minha boca na sua
Senti desfalecer em seus braços
Então quis assim perecer
Abraçamo-nos molhados de amor
Bebi do mais doce vinho
No mais refinado cálice : você
E a lua , grande , redonda, dourada
Já ia alta, ficamos ali
Amando-nos , até o amanhecer do dia
Como se nada nunca acabasse.
AUTORA- Margareth Rafael Moreira
A poetisa de alma branca