Brumar de Rios Ardentes .

Sinta meu ombrear e venha adormecer no fim!

Insistas em meus lábios o tocar dos teus encantos.

Procurai, diante de mim, seus encontros perdidos;

Beije, beije-me, oh beija-flor, dos mares salgados;

Silencia teus cânticos nas auroras dos fins deixados;

Brumar de rios ardentes d'outrora do galgo supremo!

Girantes pelas moedas os seus lados, por nós dois...

Da ponta dos amuletos, suas obsessões pelos chãos!

Atordoa-me, teus gritos pelas paredes nuas e cruas...

Cinzai, por este nelo o teu beijo das flores flutuantes;

E molhes o olhar de grivo o teu ser de carinhos meus.

Oh doce veneno de vespa, circunda-me no casulo réu!

Sibiles meu canto em tua alma discreta, pelo sol da noite;

E deite-se, no pousar de minhas asas, com teus aromas.

Ednaldo Santos
Enviado por Ednaldo Santos em 10/04/2015
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