Poema 0457 - Até o amor...

Muitas coisas vão lembrar nós dois,

lembro quando chove,

quando está nublado, frio,

até quando o telhado fica encharcado,

assim como eu dentro de você.

Olhando do quarto o vidro embaçado,

seu rosto na janela,

a névoa que voa entre nuvens que desenhei.

É mais ou menos assim...

acho que amor nos leva ao outro,

quando um não se ouve, logo vem o beijo,

o abraço que acerta o corpo na hora de fazer amor.

Quem sabe quando é o tempo?

Que tempo somos para o amor

que nos ataca de madrugada?

Quero ser apenas um na sua cama,

o outro corpo,

aquele que chama quando queima de desejo.

Quando as mãos estão vazias de carinho,

quero ser um entre tantos, seu carinho,

que um dia sonhou,

quem sabe seu último encontro antes da felicidade.

Mesmo que o eterno dure só até daqui a pouco...

Temos o depois, só hoje lhe quero assim,

não existe mais nenhum outro dia...

Hoje que a amo,

amo você assim, do meu jeito de sonhar,

meu jeito de fazer amor, nosso jeito,

até o de saborear um vinho regado a loucuras.

Nossa paixão é impura para se fazer inocente...

pura para o meu lambuzar em você,

da minha alma

para outra alma que amo: a sua.

Beijo... apenas um...

que vai da alma à alma... minha e sua

e até ao amor.

20/09/2005

Caio Lucas
Enviado por Caio Lucas em 20/09/2005
Reeditado em 20/09/2005
Código do texto: T52013
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