POEMA EM BRAILLE
Na folha branca desenho teu rosto casto
Na linha do poema desnudo teus olhos cegos.
Na rima da poesia disseco a cor de tua pele
Na canção de teu riso eternizo o minuto inexato.
Eis que no rascunho de tua arte em braille
Passei a limpo o tempo e a nostalgia
E no labor de meus versos intermináveis
O poema surgiu sem defeito de criação:
Vi então o menino cego vendando meus olhos de cigana
E tecendo em meu corpo a eternidade ímpar de um segundo.