AMOR DE ALMA MARIA

Falem por mim agora,

máquinas de homem,

amanhã o dia é novo,

e novo será um ontem.

Movimento-me em círculos,

que me trazem sempre ao mesmo ponto,

vícios, que me conduzem sempre ao seu encontro.

Onde está a dúvida, a angústia e o medo?

se venderam à tenacidade de bons olhos,

aos seios fartos de alimento,

e alguns míseros centavos completaram a indignidade,

feita de vento e nuvem que se choram,

que choram a última chuva de agosto,

ao gosto,

ao posto de tempo, comum e belo.

Caracterizei-me pelos movimentos,

ninguém me viu dalém deles,

o som entrou e se redimiu em rabiscos,

comumente angustiados por mão tremida e choro vasto.

Em versos mudos me despeço,

até breve amor de alma maria.

até leve, calor de calmaria.