Branca Selena

- Doce Selene, das brancas fantasias,
agora que és chegada nos céus de Abril,
conte-me dos amores renascidos
e dos antigos romances relidos.
Diga-me, deusa do luar,
onde estão as paixões
e onde ficaram os líricos ensejos
de tantos corpos e desejos?

- Poucos restaram, poeta das Gerais,
pois é tempo da vida vazia
e da cama sem poesia.

Mas não te desesperes, poeta das Minas,
pois talvez ressurjam outros cânticos,
novos e ardentes arroubos semânticos
entre os versos e os lençóis
dos novos românticos.

- Quem dera, deusa Lua dos amantes,
não tardassem esses instantes...

- Quem dera, Poeta da praia.
Quem dera...



Lettré, l´art et la Culture. Rio de Janeiro, outono de 2015.