A Foice, O Machado e a Guilhotina ( versos e rimas)
E ela cortou
como quem cortou cabeças,
como quem dormiu de um sono profundo
e perpetuou lâminas rente a nossa inércia
E ele decorou com sangue sua exuberante potência
e mostrou ao que veio
com quem não veio a nada
mas precisava de tudo
dominando a mente e o peito batendo fracamente
em busca do vão entendimento
E ela senhora dona das dores e das belezas constantes
do que radia, sendo radiante
de sentimentos torpes
de gênio brilhante
afiada ainda cortante
Palavras que saltam e rasgam o que ainda não é indolente
sem real intenção
com toda intenção oculta
palavra mais extensa
palavra mais curta
bruta, complexa, sensorial
extrajudicial,
palavra numérica
palavra transcrita
palavra que corta o papel
sem cerimônia
nesta tarde tão doce, de agonia risonha
poesia de pobre louvor as palavras que somam versos, criam rimas
e são minha noite de insônia...
Cortantes como vidro...que nesta foi esquecido!