Delírio de Ártemis (Ensaio Fútil)

Um dragão regurgitou uma princesa,

A princesa regurgitou um rei,

Do rei nasceu a flor,

Da flor veio o ovo,

Do ovo se fez o anjo.

A mulher de olhos dourados,

Mulher de sete braços,

E mil olhos,

Mulher de chifre quebrado,

E o falar de muitas cachoeiras.

Dela veio a natureza,

Dela os oceanos...

... Se tornaram vinhos.

Mulher de cabelos molhados de sal,

Moça de mãos macias,

Moça de brancura vítrea,

Ela nunca saio do castelo,

Virou anciã e morreu.

Dos cabelos cheirosos,

Cabelos de prata pura,

Dos seus cabelos,

Surgi-o uma semente de beterraba,

E foi germinada com cheiro de manga,

Manga rosa, manga gostosa,

Fruta que enlouquece,

Fruta que frustra,

E mata o coração.

O Dragão acordou,

Regurgitou uma avelã,

E depois voo,

Foi para os céus,

Fez guerra e venceu,

O dragão cuspiu fogo,

E matou os hortelãs.

Não existe mais deuses,

Agora só há rainhas,

Fadas de condão,

Condão de desgraça,

Do amor dos aprisionados,

Que morreram de gripe,

Pobre donzela...

... Foi traída pelos duendes,

E gerou um cão.

O cão fez acordar as primas,

Da família maldita,

Do amor de fascinação,

As donzelas beberam veneno,

E desta mistura se fez Gaia,

Gaia fez o sol,

E o sol fez cantar as estrelas,

E as estrelas fizeram amor,

Com as galáxias.

Via láctea mãe dos perdidos,

Esposa de pan.

O dragão regurgitou uma faísca de carvão,

Das trevas veio os seres antigos,

E as pobres meninas...

... poderão matar os lindos lírios,

Que nascem pela manhã.

Veio de muito longe,

Dos infernos do tesão,

A longa história de Stefano,

O imperador ladrão,

Que jurou sentimentos fingidos,

A pobre moça Rafaela,

Rafaela não encontrou felicidade,

Presa na garganta do dragão.

O dragão matou seu amor,

Que dorme encima do orvalho,

Da rosa eterna de Eros,

E de pesar sua infligida agonia,

Desistiu dos amores por Rosa Eulália.

Nunca amou Rafaela,

Mas teve nove filhos com ela,

E matou todos.

Do sangue dos inocentes.

Veio a existir os poetas,

E dos poetas a comedia,

De amar sem ser amado,

Da lenda do infante delírio,

Do enamoro proibido.

Que arrebata os sonhos,

E leva para as névoas,

Faz matar os pesadelos,

Das enigmáticas fabulas oníricas,

Do encontrar-se perdido,

Nas florestas cheias de vozes,

Das almas virgens.

O dragão arrancou o olho,

E presenteou ao tempo,

O tempo trouxe de volta a ansiedade,

E a ansiedade ressuscitou a serpente,

A serpente regurgitou as pétalas.

Das flores essas pétalas,

Enfeitaram o caixão,

Da sacerdotisa pagã.

O dragão chamou seus compatriotas,

E fez um acordo com os corações,

Dos iludidos solitários,

Contemplar suas emoções,

Por que a sincope vem depois dos tragos,

Do charuto de ladrões,

E beijar a mulher na cama,

Faz bem para as descendências,

A mulher que é amada,

Tem o mel nas mãos,

A mulher que é amada,

Tem o frescor do inverno,

A mulher que é amada,

Deixa a pele bonita,

A mulher que é amada,

Faz abrir os portais de terras lendárias.

As terras dos nus,

As terras do verão,

As terras dos prantos,

As terras dos ares,

As terras dos vinhos,

As terras do luar de amor...

... De amor? Há!

... Lembrei do meu café...

O transe só recomeça com ele.

E com ela. Meu leigo amor.

Francesco Acácio
Enviado por Francesco Acácio em 31/03/2015
Reeditado em 31/03/2015
Código do texto: T5190085
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