NO COLO DA SAUDADE
As horas,
ágeis horas,
horas lebres
pisando cada instante
a devorá-los,
famintas e nefandas,
horas feras...
Fulminam tudo
em doida e bruta febre,
desarvorando o tempo
em bravo abalo;
encerram no passado
o alvor quimera.
Mas salvo o beijo teu
de tal maldade,
guardado em mim,
no colo da saudade.