Por que em mim?
É tarde, nenhum sino toca
E quase todas as portas se fecharam para o escuro
É tarde, mas mesmo assim se pode escutar
os passos atrás daquela porta
Se olhar bem de perto, poderá vê-la entreaberta
Não é nada como as outras
que respeitam o entardecer.
Talvez a própria chave tenha se perdido. Bobagem.
São tardes as duras horas de penitência
As horas de pensamentos cruéis e massacrantes
Um mal
a arma letal do suicídio amoroso
Não há consenso no imaginário individual
Por isso a porta nunca se fecha
A chave ninguém vê do lado de fora
É tarde, mas não há cadeados no tempo.