Sacrilégio

Ele não era o príncipe

Ele não era o sapo

Você o encontrava largado e perdido, fumando isolado

Tatuagens estampavam e avivavam sua pele

Enquanto piercings a perfuravam sem cuidado

Seus defeitos me atraíram e que se fodam as qualidades

Queria suas mãos em mim, minhas unhas em sua pele

Sua boca me enlouquecendo e os braços me aquecendo

O cabelo bagunçando e o peito, descompassado, batendo

Ele era melhor que o príncipe e pior que o sapo

Ser consumida e amar intensamente eu queria

Entregar meu corpo e minha alma de modo inconsciente, eu faria

Disposta a chorar no futuro, já que uma das consequências do amor é a dor

Ele andava sem rumo, sem preocupação e com um sorriso debochado

Vivia em um mundo deslocado, pérfido e solitário

Que se chocou com o meu, certo, lotado de metas e regrado

A junção foi prazerosa e irracional, amor impensado

Eu já quis o errado e o Senhor me perdoe por esse pecado.

Lutina
Enviado por Lutina em 28/03/2015
Código do texto: T5186639
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