Sacrilégio
Ele não era o príncipe
Ele não era o sapo
Você o encontrava largado e perdido, fumando isolado
Tatuagens estampavam e avivavam sua pele
Enquanto piercings a perfuravam sem cuidado
Seus defeitos me atraíram e que se fodam as qualidades
Queria suas mãos em mim, minhas unhas em sua pele
Sua boca me enlouquecendo e os braços me aquecendo
O cabelo bagunçando e o peito, descompassado, batendo
Ele era melhor que o príncipe e pior que o sapo
Ser consumida e amar intensamente eu queria
Entregar meu corpo e minha alma de modo inconsciente, eu faria
Disposta a chorar no futuro, já que uma das consequências do amor é a dor
Ele andava sem rumo, sem preocupação e com um sorriso debochado
Vivia em um mundo deslocado, pérfido e solitário
Que se chocou com o meu, certo, lotado de metas e regrado
A junção foi prazerosa e irracional, amor impensado
Eu já quis o errado e o Senhor me perdoe por esse pecado.