TALVEZES
Talvez eu seja o rosto que não esqueces,
O silêncio do teu grito,
O sangrar da ferida,
Talvez eu seja tua saudade...
Quem sabe a ladainha, tua prece...
Palavras contidas, teu sonho recôndito.
Tua lágrima retida
Ou mesmo tua falsa verdade...
Talvez eu seja a saciedade ou tua fome,
O frescor do outono em tua pele,
O perfume das flores na primavera
Ou delas os espinhos...
Quem sabe o desejo que te consome
Que a fugir te impele...
Descobrir, quem me dera,
Que posso ainda seguir teu caminho!
Quem me dera apagar os ‘’quem sabes’’
E todos esses talvezes!
Desvendar, junto a ti, as incertezas,
Ser o bônus, teu presente...
Deixarmos de ser dependentes
Das lembrancas.
Vou te encontrar nas águas de teu mar,
Inundar teu sonho de esperança,
Reviver o amor e o eternizar...