Graziela (Um outro final)
Graziela me ensina a amar,
Sou um homem egoísta.
E tenho no meu coração,
As mazelas dum viver imaturo.
Eu busquei nos olhos da vida,
E somente achei aguas salgadas.
Graziela eu te olho e me sinto bem,
Perceber-te é maravilhoso,
E tanto me faz bem.
Moça de pele tão alva,
De brancura opalescias,
Me ajuda minha amiga, a te amar.
Tenho receio que não saiba,
O quanto eu te desejo e sofro.
Sofro por saber de minha pobreza,
Confessa.
Graziela o tempo passa e crescemos,
Mas fica no coração a semente,
Desta arvore milenar. Teu existir.
Não sou belo diante do teu brilhar,
E me nego a ser, quero-te mulher...
Erística do filosofar meu,
Graziela parece que não faz sentido,
Ontem ou hoje tanto faz,
Sonhei em me declarar,
Mas como? E impossível.
Me contento em vislumbrar,
Tua alegre existência nas minhas,
Vínicas loucuras.
Eu me humilho Deus meu,
Faz de Graziela um cantar eterno,
E não mais serei o homem,
Morto em prantos fúteis.
Bela mulher eu... Me entenda,
Coração meu, amar os anjos é,
Impossível.
Como sou infeliz.
Tenho nas minhas veias,
Sangue que escorre feito rio,
Deus me tira deste mundo,
De tantas decepções amargas.
Graziela tenho muita estima,
Em dizer-te no silêncio...
Me abraça muito forte.
Mulher não chore se não mais...
Eu viver aqui, neste canto,
A mirar teu rosto um semblante,
Fantasioso e raro.
Queira os deuses forem um mito,
Porque, se fossem reais,
Pra quê ser um mendigo mortal?
Graziela teus olhos são castanhos,
Da cor do âmbar polido,
Tua boca é o vermelho das pétalas,
Primaveradas.
Meu amor tenho em mim,
Saudade.
De sentir tua presença, perfume,
Galeno.
Tu és da França,
Índia, Japão, Itália,
Grécia, Alemanha,
Finlândia, Suécia,
Marrocos...?
Ó não meu amor,
Tu és brasileira!
Me perco na tua imagem,
E tenho delírios longos,
Dona minha feita uma paisagem,
Que de belezas não conto mais.
Tua beleza flor de jardins,
De floras mitológicas.
Feita filha de Apolo,
De Freia, sei lá...
Viva em mim,
Serei teu,
Me faz feliz? Não! Aprendi,
Que na vida é bom investir,
Na realidade, e nisto o amor,
Não se torna uma ilusão tola.
Graziela amada, a tua boca,
Me lembra o fogo nobre,
A queimar o sândalo dos perfumes,
Queira a vida me autorizar,
No sonho louco,
Um azul sem remorsos.
E não mais o arrependimento,
Baterá a porta do meu coração,
E nisto apenas te direi, abraça-me.
Abraça-me forte meu anjo,
Que os medos serão finitos.
E quando o amanhã voltar,
Colherei as rosas de tua boca.
Graziela se tu soubesses...
Talvez meu desabafar fosse afã.
Mas agora sei,
Que amar-te é puro poema,
Soneto perdido de mim,
Um pobre bardo,
Que desconheço o verdadeiro significado,
O nosso amor inebriante,
Criou uma terra de ternos luares,
Mulher a paixão é finita,
E morre, mas os céus,
Mostrarão os paraísos,
E dormiremos em paz... Amém!