AMOR INSANO
Meu martírio é um lírio enclausurado,
Que nem as carícias que um dia deixei na alma dela...
É doído este meu coração refugiado
Nos ares de uma prisão. Tal qual a tinta na aquarela.
Mesmo no pesar desta minha solidão,
Digo ao vento que me sopre a alegria e não a tristeza,
Pois quem ao desalento se der a mão
Mal sabe dos males aderidos nos calotes da aspereza.
E o meu mundo se fez breu e cativeiro
Quando, no dia a dia, percebi a brisa fria a me castigar.
E, hoje, visto os olhos dum fitar ligeiro.
Enquanto ela passa com os teus olhos a me investigar.
Vertigens já me norteiam em ansiedade,
Ao vê-la esbelta, bela e distinta trajando-se de doçura.
E, feito abelha no mel, perco a sanidade
E nos braços daquela mulher, reencontro a formosura.
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Giovanni Pelluzzi
São João Del Rei, 26 de março de 2015.