VERONICA

És inocente, Verônica,

Pura, imaculada.

A mirar-te ao longe

Resplandece tua figura

Angelical e este coração

Mortal bate forte como

Os sinos da catedral.

A luzir em minha estrada,

Teus olhos, doce amada,

A invadir a madrugada.

Visão alucinada deste nobre

Cavalheiro que vos deseja,

Almeja.

Fausto, o poeta que vos canta,

Semblante de santa, flor de

Outono que encanta e dança

Entre folhas secas.

Em júbilo despir-te-ei dos

Segredos de tua pureza.

Da inocência não terá saudades,

Pois ao tocá-la o botão da rosa

Abrir-se-á em pétalas vermelhas,

Dando-lhe aspecto de senhora

Fogosa.

Ora direis que renitente te seguirei

Em procissão matinal de sexta-feira

Santa a redimir-me do pecado

De querer-te feito senhor feudal.

Tânia Mara Camargo
Enviado por Tânia Mara Camargo em 08/06/2007
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