VERONICA
És inocente, Verônica,
Pura, imaculada.
A mirar-te ao longe
Resplandece tua figura
Angelical e este coração
Mortal bate forte como
Os sinos da catedral.
A luzir em minha estrada,
Teus olhos, doce amada,
A invadir a madrugada.
Visão alucinada deste nobre
Cavalheiro que vos deseja,
Almeja.
Fausto, o poeta que vos canta,
Semblante de santa, flor de
Outono que encanta e dança
Entre folhas secas.
Em júbilo despir-te-ei dos
Segredos de tua pureza.
Da inocência não terá saudades,
Pois ao tocá-la o botão da rosa
Abrir-se-á em pétalas vermelhas,
Dando-lhe aspecto de senhora
Fogosa.
Ora direis que renitente te seguirei
Em procissão matinal de sexta-feira
Santa a redimir-me do pecado
De querer-te feito senhor feudal.