JARDIM FERIDO
Conheci uma menina.
Que um dia se tornou mulher.
Cada gesto cada dia.
Como um novo amanhecer.
Cada feito impensado.
Um dia se fez arrepender.
De ter desprezado algo.
Que jamais pensara em perder.
Mas, como, os galhos da roseira.
Que protegem sua flor.
Assim minha alma ferida.
Se fechou para o seu amor.
E quanto mais se esforçava.
Para tentar resgatar.
Aquilo que se havia perdido.
E só via se afastar.
Desejando se aproximar do jardim.
E quem dera pudesse cuidar.
Das mesmas flores do jardim.
Que um dia só quis desprezar.
Desejando entrar pela porta.
Que um dia jurou não mais voltar.
E agora deseja ao menos uma brecha.
E quem sabe ser convidada a entrar.
Como todo o amor do meu coração.
Um dia pude te perdoar.
Mas a ferida se fez profunda.
E as marcas me fazem lembrar.
Que um dia dediquei tanto de minha vida.
A quem do jardim não queria cuidar.
Mas como foi tarde para aquela que um dia.
Demorou tanto em seu despertar.
E que tarde demais em sua vida.
Para este amor que não mais estava lá.
Jamais direi nunca.
Pois a vida tem muito a ensinar.
Mas quem sabe quando ou quem sabe um dia.
Para o jardim poderás voltar.
E ser novamente a preferida.
Podendo as pétalas tocar.
Da roseira que é a minha vida.
E não mais a flor maltratar.