RESTOS...


Não é de se admirar os restos ficados,
Registros marcantes do grande amor
Entre nós dois, mesmo sem cumprir o nunca
Prometido em um belo dia bem escondido.

Você mentiu, eu acreditei ser verdade,
Pelo devotar satisfazendo suas vontades,
Como um canibal desejo chocando na hora.
Mas paixão é coisa séria, vale tudo no ato.

Foste meu e fez-me tua sem consequência
Catastrófica, nuance por amar demais sem
Cobrar pedir implorar afeto e muito mais.
Restos do que restaram de suas vindas, idas.

Falas sem falas demonstra existir falta.
Quantos restos encontrados no leito como
O cheirinho do travesseiro, lençol da cama
Fios das lembranças persistem com certeza.

Onde andará o príncipe virado sapo sem o
Beijo da amante como na história infantil.
Corpo precisa de corpo amassando pegando
lambendo sem plateia vigilante a meia luz.

E o som? Ah, o som ouvido embalando
Os seres com viço acariciante sem perda
De tempo no aproveitar cada segundo
Como se fosse o último, pois é maturo.

Restos da penugem existente, mas retirada
Carinhosamente sem maltratar, só prazer.
Tudo por amor sem medida fortalecendo.
Nesses restos reinam ainda muitas coisas.


 
Gildete Vieira Sá
Enviado por Gildete Vieira Sá em 23/03/2015
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