Vidente

Meu amigo, eu sou vidente,
E separo do aparente,
O que é verdadeiro e real.
Nada do que tenho, é meu,
É emprestado, como o seu,
E se dissolve, como o sal.

Tudo o que é meu, é da terra,
Com minha morte, se encerra,
Junto ao meu ciclo vital.
O que temos, é emprestado,
Nos são cedidos, não são dados,
Têm de ser devolvidos, ao final.

Mas, as conquistas acumuladas,
Acrescento-as multiplicadas,
Ao que fui, e ao que sou...
É o que recebi, nos talentos,
Que não se espalham aos ventos,
De quem foi amado, e amou!