Amar no tempo, no espaço
Em algum lugar no tempo felicidade reservou espaço;
Faço de conta em meus anseios que o tempo já veio;
Cheio está o vaso do amor, uma gota e transborda;
A corda toda se deu à ventura, procura já por mim o meio...
E o meio é todo de pele alva, louros pelos e verdes olhos,
Molhos maduros de uma seara que há pouco desconhecia;
Revelia do fado me aproximou alheio, dessa dileta doçura,
Pura e não sabia de mim, assim, tampouco esperava esse dia...
As dores pretéritas servirão pra nós, de mero contraponto,
Conto triste que não faz sentido mais pinçar o seu traço;
Faço isso apenas em atenção aos pleitos dessa lúdica arte,
Marte e Vênus, absortos; dois corpos quase no mesmo espaço...