FINGIR

Podes nao admitir,

Bebendo em outra boca o sabor

Finjes pra ti mesmo que é amor,

Vives a mentir!

Podes nem a ti mesmo confessar,

Fazes tudo pra dizer que estás feliz.

A lembrança, porém, sempre te diz

Para sempre tu vais me amar

Quem esquece , como queres acreditar

Tudo joga fora, enterra a ilusão.

Tudo que lembra aquela paixão

Quem nao ama mais, nem quer lembrar!

Podes dizer que não lembras os beijos,

Que os de uma outra têm mais sabor

Mas são fingidos teus beijos de amor,

São para minha boca os teus desejos!

Vives, assim, nesse fingimento,

Com outra, pensando em mim...

Sou ainda a flor do teu jardim,

Na alvorada, teu pensamento!