Paradoxais

Novamente

Estamos frente a frente

Olhos nos olhos, tanto a dizer

Mãos e bocas nervosas querendo se envolver.

Palavras oscilando entre supérfluas e essenciais

Em cima do muro entre o "de novo" e o "nunca mais"

Partida ou cais ? Declaração de guerra ou armistício de paz ?

Benção ou maldição ? Amor ou loucura ? Gritos ou jazz ?

Te amo e te odeio em menos de um segundo

Te quero para sempre ou fora do meu mundo ?

Respostas opostas, antagônicas, conflitantes

Somos simples areia ou incalculáveis diamantes ?

Talvez seja só uma desmedida obsessão

Delírios insanos de uma desequilibrada paixão

Uma história inacabada, mal resolvida

Mais um capricho desta enigmática vida.

És sempre a tempestade que se anuncia no horizonte

Para minha infinita sede, és a única fonte

Tanto regas e dá vida quanto alagas e destróis meu jardim

Nítido e obscuro, tão simples e complexo assim.

Escreves e rasgas meus mapas e planos

És minha certeza e todos meus enganos

És minha mais cega fé e minha plena descrença

Minha inquestionável sanidade e incurável doença.

Contigo estou sempre a caminhar num ínfimo fio

Sendo testado a cada passo, infinito desafio

Sem nenhuma rede, segurança ou proteção

Lançado a sorte ou ao revés desta paradoxal (des)união.

Ello
Enviado por Ello em 20/03/2015
Código do texto: T5177163
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