Paradoxais
Novamente
Estamos frente a frente
Olhos nos olhos, tanto a dizer
Mãos e bocas nervosas querendo se envolver.
Palavras oscilando entre supérfluas e essenciais
Em cima do muro entre o "de novo" e o "nunca mais"
Partida ou cais ? Declaração de guerra ou armistício de paz ?
Benção ou maldição ? Amor ou loucura ? Gritos ou jazz ?
Te amo e te odeio em menos de um segundo
Te quero para sempre ou fora do meu mundo ?
Respostas opostas, antagônicas, conflitantes
Somos simples areia ou incalculáveis diamantes ?
Talvez seja só uma desmedida obsessão
Delírios insanos de uma desequilibrada paixão
Uma história inacabada, mal resolvida
Mais um capricho desta enigmática vida.
És sempre a tempestade que se anuncia no horizonte
Para minha infinita sede, és a única fonte
Tanto regas e dá vida quanto alagas e destróis meu jardim
Nítido e obscuro, tão simples e complexo assim.
Escreves e rasgas meus mapas e planos
És minha certeza e todos meus enganos
És minha mais cega fé e minha plena descrença
Minha inquestionável sanidade e incurável doença.
Contigo estou sempre a caminhar num ínfimo fio
Sendo testado a cada passo, infinito desafio
Sem nenhuma rede, segurança ou proteção
Lançado a sorte ou ao revés desta paradoxal (des)união.