HINO DE AMOR
HINO DE AMOR - João Nunes Ventura-03/2015
O dia quando morre
Leva o sol que desaparece,
E na noite de minha prece
Vejo a lua com seu clarão,
O mar nervoso se acalma
Logo tudo fica brilhante,
E os noivos amantes
Rolam deitados no chão.
Toda minha ternura
E costume dos hábitos meus,
Vieram da mão de Deus
Para o alívio do meu canto,
Da vida os meus temores
Do campo as lindas flores,
No coração de amores
Sob o céu de meu encanto.
A tarde se vai saudosa
Com a nuvem toda chorosa,
Exalando cheiro de rosa
E logo nossos queixumes,
O vento que vem e sopra
As folhas verdes dos galhos,
Com os pingos de orvalho
Traz junto meigos perfumes.
Das badaladas do sino
Do inocente que morre,
Quando o homem socorre
E se ajoelha para rezar,
Tremendo de sede e frio
No beco escuro da rua,
Nessa noite sem lua
Logo se põe a chorar.
Do berço que é amado
Na gruta daquela serra,
Do rio que corre na terra
Da criança de corpo nu,
E os beijos maternos
Recebidos com doçura,
E a amizade tão pura
Do meu povo, do Pajeú.
Meus hinos em louvor a Deus
Vão-se com os meus cantos,
E a noite dos meus prantos
Ecoam notas de dor,
Com o choro da saudade
Lágrima meus olhos escondia,
No cantar da melodia
Dos meus versos de amor.
O sol nas águas se esconde
A brisa chega com o vento,
O dia termina lento
Mas a madrugada chegou,
O sono me abraça e leva
E eu descanso na fantasia,
De ver meu verso do dia
Virar um hino de amor.