Poema da dor total
Melhor ver-te vencida em meus ais
E tua morte, morte de amor veraz,
Que ver-te passageira lançando indiferenças,
Inebriada em teu vazio fulgor fulgaz.
Teu outono é penalizante
E num inútil suicídio errante
Não vez, querida, que morro de amor,
Que sofro esse amor, que vivo esse amor, não o nego mais.
Sou as folhas caídas de teu miserável outono.
Gostaria de ser-te amado e dono.
Morra-me, viva-me, aprenda-me
E saberás viver e sonhar me amando.
Na escuridão da existência eu vago,
Vago como o teu olhar.
E a poética do instante enche minha vida.
Carrego com prazer a leviana carga de que vivo por ti, querida.
Carrego, por ti, esse amor etéreo, sublime e vão.
Até veres a beleza dos meus atos, então.
Até veres que não é em vão
Que eu sofro a excelsia e total dor de amar.