Rotina
ÀS sombras do dia,
Dentre as luzes da noite,
Ouve-se o balbuciar surto de uma dama pequenina a tecer palavras não ditas
Através de letras já esculpidas
Para prosas inauditas.
É a sofisma virtual.
Paráfrase do material.
LIBERDADES maiores se abrem sob o cerco de concreto.
O esperar auspicioso do admirador calado
Somente é obliterado
Diante do raiar da ofegante presença da donzela:
Senhora das mãos curtas.
Falam, então, de tudo,
Para poderem rir de nada.
INICIAM o caminhar diário,
Mas de distancias adversárias
O encontrar sem horário
Segue as circunstâncias
Mas nunca o que lhe foi preordenado.
O acaso que os une
Também é o mais aguardado.
NOVAS algemas advêm da congregação
Pois não há mais o vácuo em seu coração.
O contemplar da moça que o preencheu
Agora só é possível quando falso ateu
Que a finge ignorar
Sem poder concretizar.
ESPERANÇAS alimentam-se de saudades.
Saudades que erradicam antigos males.
A espada que um dia lhe transpassara
Pela pequenina, foi dele retirada.
A paixão que o dilacerava
Por ela, fora estancada.