Rotina

ÀS sombras do dia,

Dentre as luzes da noite,

Ouve-se o balbuciar surto de uma dama pequenina a tecer palavras não ditas

Através de letras já esculpidas

Para prosas inauditas.

É a sofisma virtual.

Paráfrase do material.

LIBERDADES maiores se abrem sob o cerco de concreto.

O esperar auspicioso do admirador calado

Somente é obliterado

Diante do raiar da ofegante presença da donzela:

Senhora das mãos curtas.

Falam, então, de tudo,

Para poderem rir de nada.

INICIAM o caminhar diário,

Mas de distancias adversárias

O encontrar sem horário

Segue as circunstâncias

Mas nunca o que lhe foi preordenado.

O acaso que os une

Também é o mais aguardado.

NOVAS algemas advêm da congregação

Pois não há mais o vácuo em seu coração.

O contemplar da moça que o preencheu

Agora só é possível quando falso ateu

Que a finge ignorar

Sem poder concretizar.

ESPERANÇAS alimentam-se de saudades.

Saudades que erradicam antigos males.

A espada que um dia lhe transpassara

Pela pequenina, foi dele retirada.

A paixão que o dilacerava

Por ela, fora estancada.

Rodrigo Leme de Oliveira
Enviado por Rodrigo Leme de Oliveira em 13/03/2015
Reeditado em 05/04/2020
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