Delírios de amor

Maria Antônia Canavezi Scarpa

O tempo têm uma porta colorida

descobri que há uma curva no meu caminho

e não quero cercar-me de mim mesma

nem de todos os aromas que penetram nos meus desvios

sou uma montanha

e não posso sair dos vales

Não posso sonhar com um futuro limpo

porque os ventos assopram diferentes

em cada folha...em cada lugar...

e nem todas respostas são iguais

são muitas as sementes da vida

germinando diferentes em cada lugar

Você é uma planta vulgar...

Um acalanto é sua voz

que me faz recostar cansada

quando a brisa natural

expulsa as folhas caídas

tenho a impressão

de que elas voam maciças

para recostarem-se em algum lugar

somente para nos deixarem nos cantos

Nunca consegui ser um notívaga

talvez pelo medo de encarar a noite

que sempre vem depois

que todos os raios alaranjados do sol

se dispersam para que fique

o cinza etéreo...

Tenho sonhos de entrelaçar

suas mãos as minhas

e de quando em quando grudar

sua boca na minha

tal como os guerreiros lutarmos

nos abraços

Sentir que a alma ruge dentro do peito

arfando sôfrega de paixão

até que deitemos na grama

Ah! Quanta luxúria

nesses pensamentos

divididos em doses de delírios

Somos loucos misturados ao prazer

quase sempre diluídos numa

irrefreável paixão... passageira talvez

mas gulosa...pintada de tons metalizados

de desejos

Até que como amantes saciados

estremecidos dormimos abraçados

Tília Cheirosa
Enviado por Tília Cheirosa em 07/06/2007
Código do texto: T516801
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