"Ser ou não ser"

Abri a janela, lá fora o sol reluzia

Prometendo um amanhã repleto

De fidelidade. O coração acalmou-se,

E alma saiu a voar quilômetros por hora.

Abri a porta e sai, fui sentar-me à sombra

Da laranjeira, o vento trazia o canto

Dos passarinhos enfeitando a aurora

Do meu doce querer.

Olhei para o infinito do meu ser, senti

Como um gigante sobre a colina,

Vi a mãe-natureza ainda menina

Pedindo socorro para sobreviver.

Tudo, naturalmente, era calmaria, os sonhos,

As fantasias tomaram-me por inteiro.

E no bosque das ilusões perdidas encontrei

O sorriso, a paz, minha alegria de viver.

Aproveitei tudo que podia, antes do fim do dia

Subi na aroeira, no jacarandá, no ingá e cai

Sobre as folhas da bananeira, o amor se fez

Mais forte, aproveitei a solte e fui à amora comer.

Quando olhei no fim vinhas tu sorrindo

A me abraçar, me amar, a mão me estender

Para que a felicidade a partir daquela hora

Fosse companheira de todo o meu amanhecer.

R J Cardoso
Enviado por R J Cardoso em 06/06/2007
Reeditado em 06/06/2007
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