"Ser ou não ser"
Abri a janela, lá fora o sol reluzia
Prometendo um amanhã repleto
De fidelidade. O coração acalmou-se,
E alma saiu a voar quilômetros por hora.
Abri a porta e sai, fui sentar-me à sombra
Da laranjeira, o vento trazia o canto
Dos passarinhos enfeitando a aurora
Do meu doce querer.
Olhei para o infinito do meu ser, senti
Como um gigante sobre a colina,
Vi a mãe-natureza ainda menina
Pedindo socorro para sobreviver.
Tudo, naturalmente, era calmaria, os sonhos,
As fantasias tomaram-me por inteiro.
E no bosque das ilusões perdidas encontrei
O sorriso, a paz, minha alegria de viver.
Aproveitei tudo que podia, antes do fim do dia
Subi na aroeira, no jacarandá, no ingá e cai
Sobre as folhas da bananeira, o amor se fez
Mais forte, aproveitei a solte e fui à amora comer.
Quando olhei no fim vinhas tu sorrindo
A me abraçar, me amar, a mão me estender
Para que a felicidade a partir daquela hora
Fosse companheira de todo o meu amanhecer.