Devaneios do coração

Desejo incessável, incansável, incurável

A si mesmo chama-se de responsável.

Vontade de corpo, pele e alma

Visão obscura, silêncio sem calma.

Tropegar por um caminho errante

Almejar um ponto distante

Na vida, tão rotineira

Na saudade, sempre corriqueira.

Um frugal arrepio

Não deve ser maior que o brio

Pérfidas são a mente

E a memória, mormente.

O coração tem um jeito hermético e altero

Brincando com os sentimentos, eu reitero

Quem sabe assim talvez encontre

Aquele que seu jogo compre.

Tentar fugir é desnecessário

Sabendo-se que o sentimento é falsário

Finge distrair-se, quem sabe esquecer

Quando no fundo, apenas se blinda de ver.

Ó, não! ele não olvida jamais

Deixa de lado seus ideais

Apenas se desvia;

O espírito esmorece, todavia.

O corpo brinca

O etéreo brinda

Se tudo trinca

O fim guinda.

Adela
Enviado por Adela em 07/03/2015
Código do texto: T5161885
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